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A gente tem a mania de culpar os outros por tudo. De se esquivar das responsabilidades e fugir das consequências. Afinal, é muito mais fácil não encarar a realidade dura e cruel. A gente culpa os outros o tempo inteiro. E se alguém perceber isso, já arranjamos um jeito de se justificar, de sair pela tangente e evitar esse peso. A gente se ilude e quer pesar a consciência de alguém que ta mais leve que uma pena, flutuando por aí. A gente acusa antes de ser acusado. Culpa antes de ser culpado.
É difícil assumir o sentimento latente e sincero que vem lá de dentro, que entrega quem eu sou de bandeja, cheia de rótulos que eu mesma rasguei e com mais um tanto de julgamentos que minha cabeça inventou. É difícil ser quem as bios das redes sociais pedem. Eu sinto muito. E isso não é um sinônimo de pedido de desculpas. É sentimento cru. Sem lapidação. Livre. Selvagem. Sentimento demais. Pensamento demais. É excessividade controlada pra não assustar ninguém e sobrepeso pra um coração e uma mente que não se cansam nunca. E aí a culpa dói. A culpa de outrem, a própria culpa. As nossas escolhas, nossas responsabilidades e o peso gratuito que a vida entrega de repente.
E aí o que a gente faz com essa porção de coisas que se expandem a cada segundo, num corpo tão pequeno? Enlouquece. Se perde. E se acha. De novo. De novo. E mais uma vez. Grita. Escreve. Culpa os outros. Não é fácil assumir quem somos e encararmos a carga que isso leva junto No fundo, todo mundo quer ser sentimento maciço, puro. No fundo, somos todos caos. Como esse texto, pura desordem.
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