Essa semana li dois textos incríveis sobre beleza - um da Vanessa Chanice e outro da Julia Pacheco - ambos falam sobre amor próprio e aceitação. Desde então, decidi falar sobre isso aqui no blog e contar um pouco da minha experiência com toda essa odisseia em torno dos padrões estéticos.
Hoje, aos 18 anos, me olho no espelho e me acho bonita. Eu vejo meu reflexo e gosto do meu cabelo, do meu sorriso, dos meus olhos, do meu corpo (o buchinho já vai embora, porque vou malhar e aí cabou reclamações, ok migos?) e principalmente do meu interior. Não tô falando de como meu coração e pulmões são saudáveis (até porque meu estômago é meio avariado e pelo meu mega sedentarismo, meus órgãos devem estar completamente acomodados e desacostumados com qualquer tipo de atividade), vocês sabem bem disso. Estou falando das respostas que a gente procura quando está em uma crise existencial. Me sinto bem ao olhar no espelho e ver que não sei tudo, mas que já conheço muita coisa e que ainda estou em construção, assim como a minha vida e o meu amor próprio.
Mas nem sempre foi assim e a minha fase de patinha feia foi bem longa. Quando eu era mais nova, era muito magra, muito baixa, usava óculos, odiava o meu cabelo, as minhas unhas e tudo mais. Era como uma tpm permanente. Eram reclamações atrás de reclamações e uma insatisfação constante. Minha família me achava bonita e só. Eu nunca fui a gata do colégio ou da rua e não fazia questão de tentar ser. Como se não bastasse esse meu complexo, chega a deliciosa fase da adolescência em que tudo parece ser dez vezes maior e pior do que realmente é. Então cresci rápido demais e era uma das maiores gurias da sala, super magra, usando óculos e o cabelo aquela coisa. Não tinha como fugir da zoação, eu ouvia e ponto. Não reagia, não me manifestava e tudo continuava do mesmo jeito. Apesar de tudo isso, minha vida escolar não foi uma tragédia e eu aprendi a lidar com o que falavam sobre mim.
Quando terminei o ensino médio, as coisas mudaram um pouquinho. Fiquei cada vez mais próxima do mundo virtual e descobri que toda a minha feiura tinha jeito. A solução se chamava cérebro. Pelo que li, precisava estimular essa coisinha diariamente. Assim fiz. Os resultados foram impressionantes. Tomei coragem de assumir meus cachos, engordei e me alegrei com o corpo que tinha. Passei a me amar cada vez mais e descobrir o que realmente importava. A minha família tinha razão, eu tinha um cabelo maravilhoso, um sorriso incrível, olhos expressivos e passava através do meu corpo o que meu coração tinha. Ainda reclamo em um bad hair day e dou uma de insatisfeita quando estou de mau humor, mas em 90% dos meus dias, sei que estou linda e maravilhosa.
E as pessoas também se incomodam com isso. É como a Vanessa falou no vídeo dela: "É uma grande inversão de valores. Se achar bonita virou algo ruim, parece arrogância. Mas não, eu não devo me sentir mal por me achar bonita." A sociedade não colabora, pelo contrário, só reforça a cada dia que você precisa se enquadrar num padrão aceitável. Ou cabelo liso ou cabelo com cachos mega definidos, sem frizz, obviamente. Ou você tem um corpão ou é magra pra ser modelo. Chega! O meu cabelo é crespo na parte de baixo e mais cacheado em cima. Minhas unhas são roídas e sempre tenho a maior preguiça de tirar o esmalte. Eu uso aparelho e óculos. Tô bem longe de ter um corpão. Não consigo usar salto e saio de casa sem maquiagem. E quem foi que disse que isso me torna feia?
Sou linda e você também. O amor próprio e a auto-aceitação nos mostraram o quão grande é a nossa beleza. Se libertar dos rótulos, ser quem você realmente é e viver com a leveza de se olhar no espelho e sorrir, é indescritível. Não perca a chance de viver bem consigo mesma. Não deixe que te imponham valores vazios. Se ame, cada dia mais.

A R R A S O U. Hoje consigo me amar um pouquinho mais que antes, mas ainda estou nessa busca de se olhar no espelho e se amar. Um dia eu chego lá, quem sabe quando eu perder uns 15kg! hahahahahhahaha
ResponderExcluirE digo uma coisa: você é linda mesmo, e seu cabelo é lindo, to louca pela sua ruivice, não vejo a hora! <3
www.girlsmachine.com
Ahhh, Lare! Fico muito feliz que você tenha gostado do texto <3 E olha, tu é linda!! Se ame cada vez mais e esqueça esses quilinhos que você tanto vê a mais hahahah <3 Obrigadaaaa. Tô louca pra enruivar logo também!
ExcluirQue lindo, Fer! Merece aplausos..
ResponderExcluirÉ ótimo se aceitar, de um tempo pra cá entrei nessa fase. Assumi meus cachos, tenho manchas de espinhas pelo corpo (principalmente no colo) e por muito tempo isso me impediu de usar decotes ou blusas de alça. Hoje pouco me importo! Meu cabelo está com frizz? Ótimo! Meto a mão nele e bagunço ainda mais. Quanto mais bagunçado, mais volume, quanto mais volume, mais estilo!
Tem 54kg em 1,66 de altura e mesmo assim me acho linda. Não tenho o corpo perfeito, mas há mais partes nele nas quais me orgulho do que as que quero melhorar.
Seu texto é lindo e muito bem produzido, assim como você e suas madeixas. Parabens pelo talento!
Por um mundo onde haja mais amor próprio e menos padrão de beleza!
Fotografo Sonhos
Ai, Gi, muito obrigada, de verdade! É muito importante pra mim saber que as pessoas leem os textos e se identificam com eles <3
ExcluirAssumir o nosso corpo, nossa juba e tudo mais, é libertador! Tu é linda, rainha do black <3 E sim, queremos mais amor e menos rótulos, por favor!