Talvez

Não é paixão. Eu sou apenas observadora. Gosto de olhar teu rosto e a forma como seus lábios e olhos sorriem quando alguém comenta da sua banda. Gosto de observar as pintinhas do seu rosto, que mais parecem dezenas de estrelas a brilhar. Observo a maneira como me trata e me encanto com a sua doçura e cuidado quando o assunto sou eu. Eu gosto  do seu abraço e do calorzinho que seu coração emana quando estou nos seus braços. Gosto do seu tamanho e do fato de ser bem maior que eu.

Não é paixão. Talvez seja um sentimento que não tem nome e que aparece quando você toca e eu me atrevo a cantar, porque é uma delícia ver seu sorriso de canto a cada desafinada que eu dou. Talvez seja apenas apego, por você ser uma caixinha que eu jogo meus segredos e sonhos.

Talvez seja paixão. Mas só quando eu cochilo no seu ombro e você me faz um carinho ou dá uma de Edward Cullen cuidando do meu sono. Talvez eu não queira assumir o quão envolvida estou, porque já passei por relacionamento ruins (lê-se péssimos). Mas você é paciente e entende todas as minhas ansiedades, inseguranças e mudanças, não é?

Talvez eu esteja mesmo apaixonada e a espera daquela hora em que você diz o que eu tanto quero ouvir. E aí, não tem tremedeira, boca seca, mão suando ou borboleta sapateando no meu estômago que impeça meu coração de sair em disparada como se estivesse na corrida de São Silvestre e logo em seguida, se aquietasse como quando nos aconchegamos no colo de mãe.

Talvez suas mãos se encaixem perfeitamente nas minhas, assim como minha voz foi feita pra acompanhar os acordes do seu violão. Talvez esse seja só mais um clichê pra tantas pessoas que não fazem a mínima questão de um romance ou preferem ignorar o quanto somos melhores quando estamos apaixonados.

Sou de humanas e pela primeira vez na vida, a relatividade se afasta da minha vida pra dar lugar a exatidão. Repleta de dúvidas, a dona do "talvez", dando o braço a torcer, cá estou eu refletindo sobre a certeza que é gostar de você.