Seus lábios sorriam e seus olhos brilhavam. Seu nariz arrebitado era o charme de menina e o encanto de mulher. Eu te olhava de longe e ouvia seu cantar doce e natural. Seu cabelo, tão elogiado, emoldurando seu rosto sorridente eram o motivo do meu desatino. Você era intensa e cada palavra carregava uma porção de sentimentos e seu riso era um delírio. Quando nos escolheram como dupla para cantar, todos aplaudiram e louvaram a decisão: "Dois cantores, músicos, simpáticos, cativantes! Como nunca pensamos nisso antes? É sucesso certo." Você calada, pela primeira vez tímida, parecia adivinhar o que aquilo significava. Horas e horas de ensaio, caminhada pela praia depois de um dia inteiro cantando a mesma música e só consigo me lembrar do seu encantamento ao olhar pro mar e dizer o quanto apreciava esses momentos entre você e Deus.
Eu era um cara que só andava na linha e de repente, tava com o cabelo grande, andando descalço no calçadão, olhando pra uma garota que convivia comigo há um ano e agora era o foco dos meus olhares. Te abracei e sorri. Você se tornou frágil nos meus braços e eu podia sentir teu coração batendo junto ao meu, enquanto eu te suspendia um pouco, pra não esforçar tanto a ponta dos seus pés. Lhe era grato por aquele momento. Não era o mar, nem o céu, nem a água de coco e muito menos o calor que me deixava suado. Era por sua causa que eu estava ali, cada vez mais leve e livre. Livre do julgamento alheio, dos rótulos e dos padrões.
Passei a acordar a cinco e meia pra te acompanhar na corrida das seis e no café da manhã, as sete. Você passou a ir dormir mais tarde pra ouvir minhas novas composições via skype. Passamos a cantar juntos mais vezes e, inevitavelmente, me perdia no acompanhamento de Lucky. Você sorria e sussurrava o que eu deveria cantar. Cara, que luta terminar de cantar essa música sem errar os acordes porque te olhei demais.
Me dei conta de como isso tinha ficado sério quando você me convenceu a ir numa festa junina do interior e me puxou pra dançar um forró agarradinho. E eu aceitei. E dancei uma música. Duas, três, quatro, cinco... a noite inteira com você. Eu, dançando forró. Meu avô riu de mim quando contei: "O que tá acontecendo? Tu nunca foi disso e depois dos vinte vai xonar numa garota?". É, vô. Você não conhece aquela risada, senão me entenderia.
Quando menos esperei você estava na minha casa, bagunçando meu guarda roupa e procurando alguma meia porque as suas estavam todas sujas e a gente precisava correr, bagunçando a geladeira procurando uma laranja pra fazer um suco pra gente depois da corrida, bagunçando minha sala com bolsa, livros, notebook, lanche no meu sofá. Bagunçando minha vida com sua naturalidade ao dizer qualquer coisa e intensidade ao viver cada minuto como se fosse o último.
Quando menos esperei já estava rendido, refém do seu chiclete de melancia, da sua desorganização, dos sucos verdes, das corridas de manhã, das caminhadas na praia, da sua falta de rotina e da beleza dos seus olhos, que viam tudo melhor. Me tornei corajoso, forte e valente pra sustentar a quantidade de amor que transborda de você e de tudo que faz. Mergulhei nesse mar de emoções e nunca mais quis sair.

Amei 👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluirMaravilhoso ooooo, to apaixonada ami
ResponderExcluirMeu Deus, que incrivel, to casanda de dizer que nao tenho palavras para os teus textos, mas é a mais pura verdade! Você é mais que incrivel! <3
ResponderExcluirObrigada, lindocas! <3
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